SÍRLIA LIMA: A EDUCAÇÃO E O CORDEL

CORDÉIS, POESIAS, INFORMAÇÃO E LUDICIDADE

Textos

BOB MARLEY: UM SONHO EM RITMO DE LIBERDADE



Em quarenta e cinco
Muita coisa aconteceu
Terminou a 2ª Guerra
E Bob Marley Nasceu
Lá nas terras da Jamaica
Onde tudo aconteceu

Nasceu da união
De uma negra com um branco
Que nasceu na Inglaterra
E ele foi bem franco
Enviaria só o dinheiro
Que ele tinha lá no banco



O preconceito sempre foi
Na sociedade premente
Por isso o pai de Marley
Nunca foi um pai presente
Não poderia admitir
Que o negro era parente



Como todo cidadão
Bob precisou trabalhar
Para ajudar sua mãe
E poder se sustentar
Levava uma vida difícil
Mas gostava de cantar

O menino cresceu
E a vida foi levando
No trabalho se acidentou
E ele então foi dedicando
Um bom tempo para a música
Estava aperfeiçoando

O reggae era um veio
Um caminho um canal
Um ritmo  marcante
Ganhou fama internacional
Cantando as agruras dos negros
Isso foi sensacional

Sei que a religião
No reggae se incutiu
Mas Marley foi maior
Ele se sobressaiu
Com No woman no cry
O mundo lhe assistiu


Imagine o preconceito
Lá nos tempos do passado
O branco sempre oprimiu
Ao negro tem execrado
Tem mutilado vidas
Está tudo registrado

O negro guarda em si
Tudo o que tem passado
Desonras, torturas
Pelo branco desalmado
Bob cantou ao mundo
Tudo o que estava guardado

As religiões se apresentam
Com preceitos e verdades
Às vezes só convenção
Pra iludir covardes
Sem forças para lutar
No campo ou nas cidades

As religiões fazem em nós
Uma lavagem cerebral
Pregam sempre o bem
E nos fazem mal
São, porém detentores
De uma falsa moral

Bob Marley era adepto
Ao uso da maconha
Eu não o condeno
Nessa viagem medonha
Eu prefiro a lucidez
Acordado a gente sonha

A liberdade nos permite
Uma vida de prazer
Mas tudo tem limites
Não vá se exceder
A maconha em excesso
Causa vício pode crer

Como disse Caetano
De perto ninguém é normal
Faça de tudo um pouco
Seja muito natural
Mas não seja dominado
Isso não é legal

Os seus seguidores
Fizeram associação
O reggae e a maconha
Uniram os irmãos
Ao mundo do reggae
E da alucinação



Discutir religião
Questão antropológica
O Reggae foi bem aceito
Que visão mercadológica
Mas nele foi incutida
A questão ideológica

Bob Marley sempre foi
Compositor Jamaicano
Disseminar o rastafári
Era esse o seu plano
Envolvido nessa Seita
Que achava não ser engano


Esse é o meu pensar
Sobre a religião
Deus nos criou livres
Pra não ter dominação
Pra não ser domesticado
Como se fosse um cão

A religião sempre nos deixa
Num beco sem saída
Fazendo opressão
Deixando reprimida
Quem caiu na sua teia
Tem a vida suprimida

Bob foi convertido
Mas teve que decidir
Lutar por sua vida
Pra poder interagir
Pois o público queria
Ver o Marley ressurgir






O rastafári condenava
Qualquer tipo de cirurgia
E sem atendimento
O paciente morria
Sustento que a religião
Sempre a  mente alicia

Duvido que JAH não quisesse
Sua reabilitação
Pois a inteligência
É arte da criação
Se os médicos estudaram
Pra fazer intervenção


Usam da ignorância
Pra fazer argüição
Paralisam mentes
Todos perdem a razão
Por crer em falsos profetas
E também em charlatão





No auge da carreira
Bob tinha uma doença
Era algo muito sério
Bem pior do que se pensa
Demorou a se cuidar
Foi à morte, a recompensa

Quero aqui registrar
O meu devido respeito
Não tenho religião
Porém todas eu aceito
Só peço-lhe para se alertar
Eu me sinto no direito

O que se foi de Bob
Foi somente a matéria
Pois o coração do reggae
Ainda pulsa na artéria
Conscientizando o negro
Pra tirá-lo da miséria
Sírlia Lima
Enviado por Sírlia Lima em 22/01/2010


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