Na Escola Anísio Teixeira
Na capital potiguar
Jovens lançaram um grito
Se puseram a narrar
As suas inquietudes
Neste cordel eu vou versar

Nesta Escola inaugurada
No ano de setenta e cinco
Era muito respeitada
É verdade, eu não brinco
Hoje é quase abandonada
Não zelaram com afinco

A realidade atual
É muito diferente
Sem ter investimento
Nada é eficiente
Professores e alunos
Sofrendo mutuamente

Na escola tem barulho
É forte o calor
Como estudar e crescer
Neste clima de horror?
Como podem ser criativos
E mostrar o seu valor?

São jovens cheios de sonhos
Cursando o Ensino Médio
Numa escola sem estrutura
Se consumindo de tédio
Professores sofrem juntos
Angustiados no Prédio

Os jovens se sentem
Caminhando numa esteira
Se preocupam com outros
Que pensam besteira
E na hora do intervalo
Fazem a maior zoeira

Todos querem viver
Uma outra realidade
Gordo, magro, alto, baixo
Unidos em comunidade
Juntos construindo sonhos
Transformando a realidade

Diante do barulho
Tentam manter a calma
Buscar conhecimento
Esquecer a dor da alma
Um pouco de diversão
Também ajuda e acalma

Não sei qual o mistério
Qual será a didática?
Por quê muitos alunos
Tem medo da matemática?
Deveria fazer parte
De nossa vida prática

Hoje o mundo está mudado
Paira um sentimento profundo
De que algo precisa ser feito
Para melhorar o mundo
Conscientizar os jovens
Com sentimento fecundo

Devem na sociedade
Serem grandes ativistas
Ter sonhos de juventude
Serem protagonistas
Eleger a juventude
Desbancando antagonistas

Na escola pública
Não tem contos de fada
Existem muitos problemas
Em que a escola é desafiada
Numa sociedade aflita
Que luta e sofre calada

Quase todos os políticos
Se valem da educação
Criando leis e projetos
Que não trazem solução
Já que as verbas não chegam
A sua destinação

Esse jogo é duro
É bom que você aprenda
Desviam verbas da educação
Até mesmo da merenda
Enquanto a maioria do povo
É taxado ‘baixa renda’

Os nossos governantes
Não se importam, não tem zelo
A Escola Anísio Teixeira
Já foi escola modelo
Hoje enfrenta um caos
Um tremendo desmantelo

Em 1976
Era outra conjuntura
Havia cursos técnicos
Urbanismo, arquitetura
Hoje é um sonho distante
Sonho que se desconfigura

Precisamos de reforma
A educação pede passagem
Naqueles tempos havia
Até Curso de enfermagem
Era um curso técnico
Hoje é só miragem

Os alunos estudam
Se ter rumo, direção
Como passar no ENEM
Sem ter preparação?
Professores estressados
Que não tem motivação

Ainda é tempo de fazer
A juventude ter vez
É preciso gestão forte
Com paixão e altivez
Juventude, se empodere!
Desperte a sua lucidez

Sabemos que toda história
Só muda sob pressão
Já é tempo de acordar
De fazer revolução
Comece pela leitura
E pela conscientização

Sabemos que não é fácil
Trilhar esse caminho
É difícil enfrentar o mundo
Sentindo-se sozinho
Se precisar contem comigo
Agradeço o carinho

O Patrono desta Escola
Também implantou mudança
Criou a escola nova
Para trazer mais esperança
Teórico da educação
Deixou bela lembrança


Texto dos alunos, adaptados e recriados em cordel por Sírlia Lima